domingo, 12 de julho de 2015

O ORGULHO, A VAIDADE E A IRA NO "MEIO MAÇÔNICO"

O PECADO é uma atitude humana contrária às leis divinas tendo sido definido pela Igreja Católica no final do século VI, durante o papado de Gregório Magno que anunciou para o mundo profano, os sete pecados capitais provenientes da natureza humana: avareza, gula, ira, luxúria, preguiça, soberba e vaidade.
Posteriormente, no século XIII, foram definitivamente incorporados e firmados pelo teólogo São Thomás de Aquino. Por questões práticas, no sentido de alcançar o nosso objetivo relativamente ao tema destacado, trataremos apenas dos três pecados capitais que permeiam com maior realce no nosso meio.
Neste sentido, necessário se faz que definamos cada pecado ou pelo menos identifiquemos suas principais características. Usamos o termo meio maçônico, entre aspas, no título deste artigo para destacar o antagonismo existente entre a postura que deve ser adotada nesse meio e os pecados capitais ou vícios de conduta citados, os quais, infelizmente, os percebemos.
Um dos sete pecados capitais que se manifesta nas pessoas na forma de ORGULHO e ARROGÂNCIA é a SOBERBA, termo que provém do latim superbia, é um sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando à manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais.
As manifestações de soberba podem ser demostradas de forma individual ou em grupo. Nos casos de grupos, escolhidos ou eleitos, se firma na crença de que é superior.
A manipulação da soberba, do orgulho e da pretensão de superioridade de um grupo pode mobilizar conflitos sociais, onde os sentimentos de uma massa humana pouco crítica servem aos interesses políticos, econômicos, ideológicos de seu lider.
O soberbo quer superar sempre os outros, mas quando é superado, logo se deixa dominar pela inveja. Quando se sente ameaçado, atingido, procura depreciar os outros e vangloriar-se, sem que para isso se estruture para se superar ou até fazer uma avaliação da vida, dando-se em determinado momento por satisfeito.
O soberbo produz desarmonia na sociedade como estratégia para manter a soberba e se colocar sempre em evidência. A sociedade se tornando harmônica, com todos os indivíduos sendo e vivendo de maneira igual, liberta e fraterna, não propiciará espaço para a soberba.
Agindo com humildade se consegue combater a soberba nas suas mais diversas formas, evitando a ostentação, contendo as vaidades e fazendo com que o soberbo olhe o mundo não apenas a partir de si, mas principalmente ao redor de si.
O orgulho como uma das formas de manifestação da soberba se traduz pela satisfação incondicional do soberbo ou quando seus  próprios valores são superestimados, acreditando ser melhor ou mais importante do que os outros, demostrando vaidade e ostentação que em limite extremo transforma-se em arrogância.
A arrogância é uma outra forma de manifestação da soberba. É o sentimento que caracteriza a falta de humildade. É comum conotar a pessoa que apresenta este sentimento como alguém que não deseja ouvir os outros, aprender algo de que não saiba ou sentir-se ao mesmo nível do seu próximo.
O orgulho excessivo e a vaidade sem limites que se traduz na arrogância, se mostra na forma de luta pelo poder econômico, pela posição social e pela perpetuação no poder.
Quando chega a ocupar cargo eletivo ou de nomeação busca impressionar os incautos, realçando o despotismo que trata  os súditos como escravos.
Diferentemente da ditadura ou da tirania, o despotismo não depende de o governante ter condições de se sobrepor ao povo, mas sim de o povo não ter condições de se expressar e auto-governar, deixando o poder nas mãos de apenas um, por medo e/ou por não saber o que fazer.
No Despotismo, segundo Montesquieu, apenas um só governa. É como não houvesse leis e regras, arrebata tudo sob a sua vontade e seu capricho.
A VAIDADE humana, como um dos sete pecados capitais, se manifesta nas pessoas pela preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros, pela posição social que busca ocupar na sociedade ou através de ocupação de cargos.
Uma pessoa vaidosa pode ser gananciosa, por querer obter algo valioso, mas é só para promover ostentação perante os outros.
Um ser humano invejoso, por sua vez, identifica com bastante facilidade um ser humano vaidoso, pois os dois vicios se complementam, um é objeto do outro.
Nos Ensaios de Montaigne há um capítulo sobre vaidade. Um escritor brasileiro, Flávio Gikovate, tem se dedicado a analisar a influência da vaidade na vida das pessoas e seus impactos na sociedade.
Uma das abordagens da vaidade na literatura é feita por Oscar Wilde no livro “O Retrato de Dorian Gray”, onde o principal tema é a vaidade do personagem Dorian, onde o jovem é ao mesmo tempo velho, e o velho é ao mesmo tempo novo.
Por fim, trataremos da IRA como pecado capital.
A ira é uma atitude que às pessoas manifestam pelo sentimento de vingança, de ódio, de raiva contra seus semelhantes ou às vezes até contra objetos.
É uma emoção negativa que aniquila a capacidade de pensar e de resolver os problemas que a originam.
Sempre que projetamos a ira a outro ser humano, produz-se a derrubada de nossa própria imagem e isto nunca é conveniente no mundo das inter-relações.
A ira combina-se com o orgulho, com a presunção e até com a auto-suficiência. A frustração, o medo, a dúvida e a culpa originam os processos da ira. A ira humana facilmente se torna pecaminosa.
Quando começamos a defender nosso Ego, quando atacamos alguém ao invés de atacar o erro dele, quando a chama da ira é alimentada, ela se torna um fogo que destrói.
Feitas as devidas considerações sobre o conjunto de alguns vícios da conduta humana ou pecados capitais, vamos nos transportar para o meio maçônico e estabelecer uma relação de homomorfismo para que possamos fazer uma reflexão sobre algumas práticas que constatamos no nosso cotidiano.
O comportamento de um maçom, segundo os ditames da nossa Sublime Ordem, deve ser irreparável.
Não se deve, nem se pode, adotar ação alguma que realce soberba, vaidade e ira, sobretudo quando essa ação é praticada por irmão que é autoridade maçônica, que ocupa cargo maçônico eletivo ou de nomeação.
Em caso de comportamento ou ação que comprometem a imagem da nossa ordem e atentam contra os postulados universais da Maçonaria.
Deve seu autor ser alertado por qualquer irmão que perceba o desvirtuamento no sentido de que o mesmo possa proceder a correção do seu comportamento ou ação.
O Irmão alertado deve receber a observação de forma natural entendendo que o irmão que o alertou o fez no sentido de promover a sua melhoria, o seu crescimento.
Nunca deve reagir com ira.
A excelência da Maçonaria se ergue sobre o suporte da Fraternidade e não do Ódio.
O irmão deve ter humildade suficiente para compreender o reparo. Não deve ser soberbo nem vaidoso e receber a crítica como construtiva, principalmente pelo fato de ocupar cargo maçônico.
Não há demerito para a autoridade maçônica quando é alertada por um irmão hierarquicamente inferior. Em primeiro lugar está o irmão maçom não a autoridade maçônica.
O Maçom tem por dever cavar masmorras aos vícios em todas as suas formas, inclusive aos vícios de conduta aqui anunciados, pois assim, estará levantando templos às virtudes e, por conseguinte, fazendo novos progressos.
As atitudes que expressam, com clareza, esses pecados capitais, esses sentimentos pífios e inconseqüentes, que levam ao desânimo àqueles maçons que podem afirmar com toda propriedade “MEUS IRMÃOS COMO TAL ME RECONHECEM”, devem ser banidas do nosso meio.
As autoridades Maçônicas constituídas têm que asseverar a hierarquia sim, mas não cometer excessos.
Tem que conhecer, e conhecer bem a disciplina.
A disciplina e a hierarquia são sustentáculos da Maçonaria, logo, o verdadeiro Maçom deve ser um homem disciplinado e que respeita a hierarquia.
O Maçom disciplinado é instruído, não é propenso a soberba, nem a vaidade e nem a ira.
O Maçom não tem orgulho, tem honra. O Maçom não tem vaidade, tem felicidade. O Maçom não tem ira, tem irresignação.
A disciplina se constitui de um conjunto de ações planejadas e coordenadas que obedecem regras, leis.
Portanto, para exercitar a disciplina precisamos nos deter aos ensinamentos maçônicos contidos na Prancheta de Traçar, na régua de 24 polegadas, no esquadro e no compasso.
Não podemos agir de forma desordenada, indisciplinada e exigirmos que os outros façam de forma diferente. Os nossos atos falam mais do que as nossas próprias palavras.
A Pior coisa que existe é o Maçom dar um bom conselho e em seguida um mau exemplo.
Valendo-me das sábias palavras do meu pranteado pai, que dizia: “meu filho se você quiser saber quem é a pessoa, não preste atenção o que ela diz, preste atenção o que ela faz”, pelo direito hereditário que me assiste, vou plagiar a máxima do meu velho e dizer: “meus irmãos se quiseres saber quem é o maçom, não preste atenção ao que ele diz e escreve, preste atenção ao que ele faz”.
O verdadeiro maçom se faz ser reconhecido, não pelas suas palavras, mas sim, pelos seus atos.
A maior autoridade é o exemplo. Quando recebemos críticas, sobretudo críticas construtivas, precisamos ser disciplinados para ouvi-las, processá-las, fazer uma auto-avaliação e uma reflexão para melhorar nossos procedimentos, adequando-os as regras do bom convívio.
Precisamos dar bons exemplos, principalmente, para Aprendizes e Companheiros, eles precisam de bons ensinamentos, eles precisam serem bem instruídos, eles precisam de referência para defenderem a nossa Sublime Instituição.
Um Maçom disciplinado, instruído, é um maçom humilde, dedicado, útil, competente nos Augustos Mistérios.
Não é soberbo, não tem vaidade e não tem ira.
Nunca oportunista e inconsequente, nunca com comportamento de desrespeito aos Irmãos e aos nossos Templos Sagrados. Temos que fazer de nossos Templos, além do natural relicário da Fraternidade, centros operativos de Cultura e Civismo, na sustentação dos supremos fins de Liberdade, Justiça e Paz.
Um Maçom disciplinado, instruído, dificilmente será manipulado para se tornar massa de manobra e se deixar levar por ofertas de medalhas, títulos, cargos e elogios.
Um Maçom disciplinado e instruído ao ocupar cargos maçônicos jamais se transformará em um déspota.
Um Maçom disciplinado respeita às autoridades constituídas e os seus irmãos outros por entender, na essência, o estado democrático de direito, a importância administrativa e política desses cargos e o papel de cada um desses irmãos no processo de democratização da sociedade.
O maçom disciplinado entende que a livre expressão do pensamento como direito fundamental do homem em qualquer seguimento da sociedade moderna, sobretudo em uma sociedade maçônica, deve ser exercido na sua plenitude para transformação da sociedade na busca de melhores dia.
Um maçom disciplinado e instruído ver na autoridade maçônica, primeiro um irmão, não um superior hierárquico, e por este fato, exige comportamento maçônico deste.
As autoridades constituídas, mais que os demais irmãos maçons que não ocupam cargos, tem por obrigação dar bons exemplos.
A hierarquia e a disciplina, sobretudo a disciplina, têm levado a nossa Sublime Ordem a obter a confiança e o respeito da sociedade em todo orbi terrestre, contudo, é necessário que se saiba que de quando em vez nos deparamos com alguns irmãos que atropelam os limites e passam a claudicar no exercício do seu desiderato, promovendo a desarmonia, provocando a discórdia e, consequentemente, gerando a indisciplina.
O maçom pode e deve discordar de uma autoridade maçônica constituída quando esta não desempenha o seu cargo com dignidade, probidade, humildade e competência.
Logicamente, é preciso que seja feito dentro dos padrões de civilidade e de urbanidade, sem ira, com contestações fundamentadas e nunca levianas, uma contestação responsável que exija dessa autoridade o fiel cumprimento dos encargos que o cargo lhe impõe por estrita obrigação do dever.
O respeito à hierarquia deve acontecer visando servir à instituição e não à pessoas.
A nossa capacidade de opinar sobre a vida política e administrativa da nossa Obediência obtém maior expressividade no ato do voto, que é secreto, quando elegemos nossos representantes, quando elegemos um irmão para um cargo maçônico.
Lamentamos que os membros dos tribunais maçônicos, ainda, não sejam eleitos pelo povo maçônico.
ORGULHO, VAIDADE e IRA, essa trilogia não é nossa. Precisamos bani-la do nosso meio. Só depende de você, só depende de nós.

Otacílio Batista de Almeida Filho
Campina Grande - PB

SÃO JOÃO PADROEIRO DA MAÇONARIA: MAS QUAL JOÃO?

São vários o João que acusam na história como Santos e Padroeiros de alguma entidade ou Instituição, no entanto, esta variedade não é tanta quando se trata do possível padroeiro da Maçonaria. Há três vertentes sobre o verdadeiro padroeiro da Maçonaria e por conta disso a dificuldade de se definir ao certo qual dos João é o padroeiro da Sublime Ordem. Tenho a minha preferência, e essa é a tônica dos artigos pesquisados, e após estudo na rede internacional de computadores é o que parecer ser a tônica das pesquisas, ou seja, a fonte de opção de qual dos João é o verdadeiro padroeiro dos maçons passa por uma escolha mais de ordem pessoal do que praticamente científica.

Corrobora com esta minha análise o que ensina o Ir.’. José Roberto Cardoso da Augusta e Regular Loja Simbólica Estrela D’Alva, n. 16, das Grandes Lojas Maçônicas do Distrito Federal, que publicou em seu Blog interessante artigo abordando a escassez de material na nossa cultura ocidental sobre o Patrono da Maçonaria ser, como cem por cento de certeza, São João Esmoler, ou de Jerusalém, como preferirem porque é a mesma pessoa.

Ressalta o autor que “No hemisfério sul há carência de documentos, obras literárias e científicas bem fundamentadas sobre a Arte Real para serem manuseadas e analisadas.” (1)
Importante ressaltar que o texto referido do Ir.’. das Grandes Lojas Maçônicas do Distrito Federal apresenta base bibliográfica o que demonstra maturidade e responsabilidade acadêmica no trato do estudo sobre os mistérios da Sublime Ordem. Para registro, as teorias antes aventadas de que há três possíveis patronos da Maçonaria apontam da seguinte forma para cada um dos Santos. A primeira vertente aponta como padroeiro da maçonaria o João Batista, primo de Jesus Cristo, denominado batista por que era aquele que batizava no Rio Jordão e trazia a boa nova, qual seja, a vinda do nosso salvador Jesus Cristo. Essa primeira corrente pode subdividi-la em duas, naqueles que associam João Batista (2) como padroeiro de nossa ordem pela forma como foi morto, pois foi decapitado pela vontade e luxúria de Salomé, sobrinha do Rei, que queria ter com João Batista, sendo ele fiel a seus princípios negou a vontade da sobrinha do Rei, perdendo por conta dessa negativa a sua cabeça pela decapitação. Já a segunda, bem lógica por sinal, vincula o nascimento de João Batista em 24 de junho ao nascimento das Grandes Lojas Inglesas em 24 de junho de 1717. (3)

Já a segunda vertente versa sobre João Evangelista, o discípulo de Jesus Cristo que escreveu três livros importantes do Livro da Lei, entre eles o Livro do Apocalipse. Essa teoria do João Evangelista como padroeiro vincula a data de 27 de dezembro como a data de seu nascimento. Coincidentemente, ambas as datas, tanto 24 de junho quanto 27 de dezembro vincula-se o primeiro ao equinócio de inverno no hemisfério norte e o solstício de verão no hemisfério sul. Sendo estas datas então consideradas pela Maçonaria como de suma importância porque trata de um astro importante que emite luz, ou seja, o sol, contra as trevas, o que a Sublime Ordem combate.

A tradição versa sobre a comemoração das datas do deus Janio que na forma pagã era comemorada na data dos equinócios tanto de inverno quanto de verão, cultura pagã que o Cristianismo tratou de subtrair impondo datas comemorativas iguais, mas com cunho Cristão.

Nessa luta a igreja teve que adotar determinados costumes e incutir na cabeça dos soldados romanos a idéia de que Jesus havia nascido no mesmo dia em que nasceu o “Sol Invictus”. Aliás, a grande maioria dos deuses pagãos da antiguidade tinham seus nascimentos comemorados no solstício de Inverno. (4)

A terceira teoria vincula como padroeiro da Maçonaria o Santo canonizado pelo Papa no século VII, chamado de São João Esmoler, ou São João de Jerusalém. Passo a explicar os motivos pelos quais me vinculo a esta teoria.

A história relata que no ano 500 d.c, na Ilha de Chipre, nasceu o filho do Rei que ao longo de sua vida dedicara a benevolência e benfeitorias, assim como ao exercício da ponderação e tolerância. Esse príncipe cresce e na vida adulta perde por doença grave esposa e dois filhos retomando com esta perda o antigo sonho de dedicar-se a benevolência. Com isso assume definitivamente o dom do sacerdócio, vinculando-se a Ordem Benenditina.(5) Por suas obras vinculadas ao cuidado de visitantes que se lançavam a visitar a Terra Santa foi canonizado pelo papa no Século VII.

Já no século XI com as Primeiras Cruzadas houve a necessidade de amparar os fieis do Cristianismo que se lançavam a Terra Santa para a visita ao Santo Sepulcro porque havia na época saques e violência de toda ordem lançadas e decorrentes da guerra entre Muçulmanos e Cristãos.

A Ordem de Malta (oficialmente Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, também conhecida por Ordem do Hospital, Ordem de S. João de Jerusalém, Ordem de S. João de Rodes, etc.), era uma ordem católica que começou como uma Ordem Beneditina fundada no século XI na Terra Santa, durante as Cruzadas, mas que rapidamente se tornaria numa Ordem militar cristã, numa congregação de regra própria, encarregada de assistir e proteger os peregrinos àquela terra.(6)

Então no ano aproximado de 1099 foi criada, na cidade de Jerusalém, a Ordem dos Templários Hospitaleiros, com cunho na história e ensinamentos deixados pelo Santo Beneditino São João de Jerusalém, ou São João Esmoler. (7)  Esse Santo se aproxima da Maçonaria hora pela sua benemerência e pela criação da hospitalaria presente até os dias de hoje na Sublime Ordem. Em 1797 era comum o tratamento oficial entre Lojas Maçônicas da seguinte forma: ‘Da Loja do Santo João de Jerusalém, sob o nome distintivo de _________Loja Nº __________.’(8)

Questionamento realizado para o visitante nos trabalhos na Oficina. Também se aproxima da Maçonaria este Santo por conta da reconstrução dos templos destruídos dos Maçons que ele ordenou a reconstrução, vejamos que no:

No manual de Bezot, ele escreveu suas razões para pensar que este Santo era o patrono original da Maçonaria e, assim, o santo mencionado na Loja do Santo São João: ‘Ele deixou seu país e a esperança de um trono para ir a Jerusalém, a quem ele generosamente ajudou e assistiu os cavaleiros e peregrinos. Ele fundou um hospital e organizou uma fraternidade para assistir aos cristãos doentes e feridos, e prestar ajuda pecuniária aos peregrinos que visitavam o Santo Sepulcro. São João, que era digno de se tornar o patrono de uma sociedade cujo único objeto é a caridade, expôs sua vida mil vezes em prol da virtude. Nem a guerra, nem a peste, nem a fúria dos infiéis, podia impedir suas atividades de benevolência. Mas a morte, finalmente, o impediu no meio de seus trabalhos. No entanto, ele deixou o exemplo de suas virtudes aos Irmãos, que fizeram seu dever esforçar-se por imitá-las. Roma o canonizou com o nome de São João, o Esmoler ou São João de Jerusalém, e os Maçons – cujos templos, destruídos pelos bárbaros, que ele fez reconstruir – o selecionaram por unanimidade como seu patrono.’ (9)

Esse texto foi escrito por um dos primeiros Maçons Franceses da História, conforme o artigo publicado pelo Ir.’. Bezot. São João Esmoler era conhecido pela propagação da ponderação e da tolerância. Na Alexandria resolvia conflitos com base nesses dois princípios que são elementos preponderantes na Sublime Ordem hoje.

Todas as quartas e sextas-feiras João se sentava no banco do lado de fora da igreja, apaziguava brigas, arbitrava as disputas, dava conselhos, ouvia as reclamações dos necessitados e procurava corrigir os erros e neutralizar o ódio que estavam prejudicando aquelas pessoas. Ninguém era insignificante para não ter a sua atenção. Desarmava sempre os inimigos usando sua humildade e as vezes até se ajoelhava a seus pés para pedir perdão. (10)

São João de Jerusalém foi escolhido Padroeiro da Maçonaria porque seus ideais eram idênticos aos ideais Maçônicos como a fraternidade, a liberdade e a igualdade: “São João foi escolhido como patrono da Maçonaria devido aos seus ideais que combinavam com a doutrina maçônica. É por essa razão que todas as Lojas são abertas e dedicadas em sua homenagem.”(11)  Logo, posiciono-me no sentido de concordar com os Irmãos que se vinculam a teoria de que São João o Esmoler é o padroeiro da Maçonaria.

Eis aí, portanto, a razão das Lojas maçônicas, até hoje, serem conhecidas como Lojas de São João.Vem desses irmãos cavaleiros, não só a tradição arquitetônica, propriamente dita, aplicada especialmente na construção de asilos, hospitais, mosteiros e outras obras públicas, mas principalmente a atuação filantrópica que se observa na Ordem maçônica. Tanto que Lojas de hoje ainda se mantém a tradição de nomear um irmão “hospitaleiro” para recolher as contribuições dos irmãos para o “hospital”. (12)

Logo, desde então, se mantém a tradição de que as Lojas, quando iniciados os trabalhos e quando finalizados evoca-se a São João, sendo então João de Jerusalém, pessoa integra que dedicara a vida a fazer o bem as pessoas, como o exercício da ponderação, benevolência e a tolerância. Sejamos então mais tolerantes Ir.’..



Tiago Oliveira de Castilhos
Porto Alegre - RS

NOTAS:

CARDOSO, José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html (acesso em 21 abr. 2014).
CARDOSO, José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html (acesso em 21 abr. 2014)
REIS, Sérgio Crisóstomo dos. A Maçonaria de São João. Disponível em: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/9-a-maconaria-de-sao-joao.html (acesso em: 23 de abr. 2014)
CARDOSO, José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html (acesso em 21 abr. 2014).
CARDOSO, José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html (acesso em 21 abr. 2014).
Cavaleiros de Malta: Ordem da Cruz. Disponível em: http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/ (acesso em 23 abr. 2014)
Cavaleiros de Malta: Ordem da Cruz. Disponível em: http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/ (acesso em 23 abr. 2014)
HALPAUS, Ed. Da Loja do Santo João de Jerusalém. Tradução e José Filardo, p. 1. Disponível em: http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/ (acesso em: 21 abr. 2014 - In: Mackey’s Encyclopedia of Freemasonry – Clegg Edition Volume)
HALPAUS, Ed. Da Loja do Santo João de Jerusalém. Tradução e José Filardo, p. 1 e 2. Disponível em: http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/ (acesso em: 21 abr. 2014)
Além do último grau: São João de Jerusalém. Disponível em: http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html (acesso em: 21 abr. 2014)
Além do último grau: São João de Jerusalém. Disponível em: http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html (acesso em: 21 abr. 2014)
CARDOSO, José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html (acesso em 21 abr. 2014).


BIBIOGRAFIA:

Além do último grau: São João de Jerusalém. Disponível em: http://alemdoultimograu.blogspot.com.br/2013/01/sao-joao-de-jerusalem.html
CARDOSO, José Roberto. Livres Pensadores: São João, o Esmoler, nosso patrono. Disponível em: http://joseroberto735.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-de-jerusalem-o-esmoler-nosso.html
Cavaleiros de Malta: Ordem da Cruz. Disponível em: http://ordemdacruz.webnode.com.br/malt%C3%AAses/
Cavaleiros Hospitalários - Idade Média – InfoEscola. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/cavaleiros-hospitalarios/
HALPAUS, Ed. Da Loja do Santo João de Jerusalém. Tradução e José Filardo. Disponível em: http://bibliot3ca.wordpress.com/da-loja-do-santo-sao-joao-em-jerusalem/
MORAIS, Antônio Luiz. Loja de São João. Disponível em: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/95-loja-de-sao-joao.html
REIS, Sérgio Crisóstomo dos. A Maçonaria de São João. Disponível em: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/9-a-maconaria-de-sao-joao.html
OLIVEIRA, Waldemartins Bueno. O Verdadeiro Patrono da Maçônaria - São João de Jerusalém. Disponível em:  http://www.revistauniversomaconico.com.br/tempo-de-estudos/o-verdadeiro-patrono-da-maconaria-sao-joao-de-jerusalem/
PINTO, Silva. Porque apenas Lojas de São João. Disponível em: http://www.lojasmaconicas.com.br/artigo2/lsjoao.htm
WALDEMAR. São João de Jerusalém Patrono da Maçonaria. Disponível em:http://www.sjj595.com.br/

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/310-sao-joao-padroeiro-da-maconaria-mas-qual-joao.html